UM AMOR QUE PREENCHA
A mulher incompleta que se busca em todos os braços que se passam e se enroscam.
A mulher viveu assim todo o tempo e ainda não entendeu.
A mulher por toda a vida viu seu pai se entregando em todos os braços fora do lar e a mãe chorando em casa, e talvez por isso ela não entendesse que o amor da mãe fosse o que ela queria sentir.
A mulher escolheu amar como o pai.
A mulher nunca estava só, sempre em relacionamentos, mas sempre vazia.
A mulher não entendia porque mesmo em tantos braços, abraços e corpos não se preenchia e não encontrava respostas.
Os corpos que a possuíam também não respondiam para que não perdessem tudo que em falta do amor que a preenchesse essa mulher era capaz de dar.
A mulher continua rodando por aí, entre corpos e relacionamentos, sem respostas.
Vez ou outra vemos a mulher chorando, nem ela sabe o porquê.
A mulher tenta atrair companhia para o seu mundo e descreve suas atrações, mesmo cegos podem ver sua infelicidade.
Quantas vezes queremos abraçar diferente essa mulher e ajudá-la mas ela foge, a mãe dela já chorou demais.
Ela ama como o pai, como o pai, não ama ninguém...
Nas orações dos que a veem sempre pedem que ela encontre aquele amor que a preencha de vida, de luz, dela mesma.
E sabe que quem está de fora percebe que o maior amor que lhe falta é o PRÓPRIO!
Aquele outro complementará, quando for o tempo e será só um, corpo que aquece, mas principalmente coração que preenche os espaços que a vida não a ensinou que poderia se curar. E entendimento que o choro da mãe era o amor verdadeiro, que abraçou o pai até que a vida findasse e dias mais.
O pai não sabia o que perdia toda vez que se ia e se entregava ao abraço de outro alguém.
A mulher continua nessa sina, como se fosse uma menina perdida no escuro sem o amor de ninguém.
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